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MS, Fundação Gates, FAPs e CNPq divulgam resultados de chamadas

06/12/2018

Ministério da Saúde, em parceria com a Fundação Bill e Melinda Gates, FAPs e CNPq, financia 25 projetos em primeiro programa só para brasileiros

 

Por meio do Grand Challenges Explorations, as três instituições investiram juntas 2,5 milhões de dólares em projetos com foco em resistência antimicrobiana e ciência de dados para melhorar saúde materno-infantil

 

Um sistema sustentável e de baixo custo para remover bactérias resistentes a antibióticos de esgotos e efluentes. Um cruzamento de indicadores de saúde com informações sobre poluição do ar para identificar possíveis impactos das emissões na saúde de gestantes e crianças. Estes são exemplos de projetos financiados pelas duas chamadas do primeiro Grand Challenges Explorations (GCE) voltado apenas para pesquisadores brasileiros: Ciência de Dados para Melhorar a Saúde Materno-Infantil no Brasil e Novas Abordagens para Caracterizar a Prevalência de Resistência aos Antimicrobianos.

 

As duas chamadas receberam mais de 338 projetos de todo o Brasil e 61% deles estavam dentro do tema. Ao final do processo de seleção, foram financiados 25 projetos: 14 pela chamada em Ciência de Dados e 11 na de Resistência a Antimicrobianos. Cada inovador receberá 100 mil dólares para desenvolver suas ideias em 18 meses. A expectativa é que eles auxiliem gestores a definir melhores políticas públicas nestas duas áreas.

 

“A resposta às primeiras duas chamadas do Grand Challenges Explorations-Brazil superou as expectativas da Fundação pelo número de projetos enviados e pela alta qualidade das propostas”, afirmou Steven Buchsbaum, Vice-Diretor de Discovery & Translational Sciences da Fundação Bill & Melinda Gates.

 

“O SUS é o maior sistema público de saúde do mundo e atende um país diverso e de dimensões continentais. Essa é uma parceria estratégica porque nos permite compreender os perfis da nossa população e alimentar os nossos bancos de dados, o que colabora para uma melhor orientação das políticas públicas. Além disso, apresenta soluções reais e a baixo custo que possam, de fato, ser implementadas”, pontuou Marco Fireman, Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde.

 

Desde 2007, o GCE financia ideias e soluções inovadoras do mundo inteiro para grandes desafios em saúde, desenvolvimento e agricultura. Entre eles estão a nova geração da camisinha e inovações para garantir o transporte de vacinas nas áreas mais remotas do planeta, por exemplo. Desde 2009, 14 brasileiros foram apoiados por essas chamadas abertas a inovadores do mundo todo.

 

O Grand Challenges Explorations Brasil é o primeiro focado especificamente num único país. É um dos resultados da parceria entre a Fundação Gates e o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) firmada em 2011 e renovada em 2017. Pelo acordo, ambas as partes investem igualmente em projetos de pesquisa. Além do financiamento de 100 mil dólares, os brasileiros ainda podem receber um adicional de 25% a 50% do valor total de 17 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de seus estados graças a um acordo entre a Fundação Gates e as FAPs.

 

“O Brasil é um líder global em pesquisa de ponta em saúde. Trabalhamos com parceiros brasileiros no Ministério da Saúde e no CNPq para aproveitar ao máximo as inovações em ciência de dados e as ferramentas para melhor caracterizar a resistência antimicrobiana”, afirma Steven Buchsbaum. “Essas soluções beneficiarão não só os programas brasileiros como também outros países do mundo que enfrentam desafios semelhantes”.

 

Pesquisadores financiados pela chamada de Ciência de Dados irão utilizar coorte de 100 milhões de brasileiros do Cidacs

Conceitos de ciência de dados, como big data e machine learning, têm sido largamente empregados no mundo dos negócios para gerar insights. O Brasil inova com a chamada do Grand Challenges Explorations ao aplicá-los à saúde com o objetivo de melhorar políticas públicas nesta área. O cruzamento de várias bases de dados gera informações que podem guiar intervenções e programas capazes de melhorar a vida de mulheres e crianças.

 

Entre os 14 contemplados na chamada Ciência de Dados para Melhorar a Saúde Materno-Infantil no Brasil, a maioria vai utilizar a gigante base de dados do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) para desenvolver os projetos em saúde materno-infantil. O pesquisador vai poder acessar informações anonimizadas de mais da metade da população brasileira oriundas da vinculação de bases de dados que trazem informações sobre mortalidade, nascimentos e programas sociais, por exemplo.

 

Alexandra Brentani, professora da Faculdade de Medicina da USP, propôs, por exemplo, cruzar dados de saúde infantil da coorte de 100 milhões de brasileiros do Cidacs com dados de poluição do ar obtidos por satélites para estabelecer limites críticos de poluição do ar e prevenir problemas no nascimento e malformações no feto.

 

Já Erika Barbara Thomaz, PhD pela Universidade Federal do Maranhão, pretende combinar as diferentes fontes de dados nacionais para investigar as causas de nascimentos prematuros. A ideia é criar um modelo de machine-learning com esses dados para dar suporte a decisões clínicas do médico no momento do atendimento às gestantes.

 

Especialistas focam em tratamento de efluentes para combater resistência antimicrobiana no Brasil

A chamada Novas Abordagens para Caracterizar a Prevalência de Resistência aos Antimicrobianos vai financiar três projetos que propõem técnicas inovadoras e de baixo custo para tratar as águas e eliminar antibióticos resistentes e outras substâncias de efluentes.

 

A professora de engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, Camila Amaral, por exemplo, vai testar um sistema sustentável de oxidação por meio da luz solar para remover bactérias resistentes a antibióticos e seus genes de esgotos e águas residuais.

 

O professor da Universidade Federal de Viçosa, Tiago Antonio de Oliveira Mendes, por outro lado, optou por utilizar um filtro de celulose para a captação e retenção de moléculas de antibióticos presentes nos efluentes. A proposta de Tiago é inovadora pois, atualmente, a remoção de resíduos de antibióticos dos esgotos baseia-se principalmente em processos químicos e métodos físicos que exigem tecnologias e manutenção caras.

 

SOBRE A FUNDAÇÃO BILL & MELINDA GATES

A Fundação Bill & Melinda Gates acredita que todas as vidas têm o mesmo valor e trabalha para garantir que todos tenham uma vida saudável e produtiva. A organização está focada em melhorar a saúde das pessoas para dar a elas a chance de se libertarem da fome e da extrema pobreza. Baseada em Seattle, Washington, a fundação é comandada pelo CEO Jeff Raikes e co-presidida por William H. Gates, sob a direção de Bill e Melinda Gates e Warren Buffet.

 

SOBRE O GRAND CHALLENGES EXPLORATIONS

Em 2007, a Fundação Gates lançou o Grand Challenges Explorations para financiar projetos inovadores desafios e temas específicos. A Fundação acredita que boas ideias podem nascer em todos os lugares. Duas vezes ao ano, o Grand Challenges Explorations lança chamadas com desafios específicos. O projeto vencedor recebe 100 000 dólares para ser desenvolvido em 18 meses e pode aplicar a um financiamento adicional de 1 milhão de dólares ao final deste período. Qualquer pessoa de qualquer formação pode enviar propostas. No Brasil, uma parceria com Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) garante um aporte adicional de 25.000 a 50.000 dólares a inovadores de seus estados que tiverem suas ideias selecionadas pelo programa.

 

Confira os contemplados no link:

http://portalms.saude.gov.br/noticias/sctie/44825-resultados-de-chamadas-publicas-em-parceria-com-a-fundacao-gates-para-brasileiros-sao-divulgados

 

Texto em colaboração: Global Health Strategies e Decit/SCTIE/MS

Imagem: Decit/SCTIE/MS


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