A perda dos dentes é um problema muito comum na população idosa brasileira e que causa transtornos de mastigação, fonética, estética e na autoestima das pessoas. O Levantamento Nacional de Saúde Bucal de 2010 apurou que 3 milhões de idosos de 65 a 74 anos não tem nenhum dente (15% da população pesquisada) e 4 milhões perderam todos os dentes da arcada superior ou inferior (23%).
Para responder a essa demanda, o SUS fornece próteses dentárias, as conhecidas dentaduras, desde 2004. Avaliar a satisfação dos usuários dessas próteses com relação à qualidade das dentaduras foi o objeto do trabalho premiado na categoria Tese de Doutorado do Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS 2015.
Mara Rodrigues Martins, da Universidade Federal de Minas Gerais, realizou a pesquisa em Belo Horizonte, em 2010 e 2011, com pacientes da atenção básica em saúde que receberam próteses dentárias e observou que, quanto maior a qualidade técnica da prótese, maior o seu uso pelos pacientes e a satisfação dos usuários. A estabilidade e a extensão das dentaduras são fatores importantes nesse contexto. A pesquisa detectou que cerca de 41% dos pacientes não usam as próteses mandibulares (inferiores), o que está ligado à sua qualidade.
Essa é a primeira fase do estudo sobre pacientes que perderam os dentes. A segunda fase irá tratar das dificuldades e soluções do tratamento com implantes dentários.
O Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS é uma iniciativa do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (Decit/SCTIE/MS). Desde 2002, o prêmio busca uma forma de reconhecimento à comunidade científica e estímulo à produção direcionada às necessidades do Sistema Único de Saúde. O valor dos prêmios varia conforme a categoria (trabalho publicado, dissertação de mestrado, tese de doutorado e monografia de especialização ou residência). A categoria Tese de Doutorado teve 108 inscritos em 2015 e o trabalho premiado recebeu R$ 50.000,00.