Ministério da Saúde renova parceria com Fundação Bill e Melinda Gates
Cooperação iniciada em 2011 ganha mais cinco anos, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico e a melhora das condições em saúde no Brasil e no mundo
O Ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou na manhã do dia 05/04/2017 o memorando de entendimento que renova a parceria entre o Ministério e a Fundação Bill e Melinda Gates. As duas instituições se reúnem nos dias 05 e 06 para fazer o balanço de cinco anos da parceria entre as instituições e discutir as próximas ações, junto a pesquisadores e técnicos do Ministério da Saúde. “Esse intercâmbio nos enriquece muito e nós estamos dispostos a ampliar essa parceria porque isso nos permitirá colher frutes importantes ao longo do tempo”, afirmou o Ministro.
O objetivo da cooperação é concentrar recursos financeiros e experiências, definindo prioridades mútuas para impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico e a melhora das condições em saúde no Brasil, com potencial de impacto global. Dentre os projetos em desenvolvimento por meio dessa cooperação estão programas de saúde materno-infantil, produção de vacinas, projetos de controle do mosquito Aedes aegypti, pesquisas sobre o zika vírus e programas de nutrição.
A possibilidade de expandir o conhecimento gerado no Brasil para outros países é o maior destaque dessa parceria. Segundo o Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Marco Fireman, a população numerosa e diversa do Brasil proporciona os meios ideais para que a cooperação seja “de desenvolvimento estratégico para o mundo”. Os representantes da Funcdação Gates, Shawn Baker e Steven Buchsbaum, também fizeram observações sobre a posição estratégica que o país ocupa no cenário de países em desenvolvimento. De acordo com Steven Buchsbaum, “o Brasil representa um futuro ao qual outros países aspiram”.
Graças à parceria, 25 milhões de reais foram investidos conjuntamente em 21 projetos de pesquisa que devem oferecer soluções para prevenir partos prematuros, tratar suas consequências e garantir um melhor desenvolvimento infantil às crianças brasileiras. O Brasil também está avançando nos estudos para a produção de sua primeira vacina para exportação contra sarampo e rubéola (MR, na sigla em inglês), que vai atender países de baixa renda. Além disso, a cooperação tem permitido que os produtores públicos de vacina brasileiros tenham suporte para ampliar a oferta de vacinas pré-qualificadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), condição para sua distribuição internacional.
O desenvolvimento em escala do projeto Eliminar a Dengue: Desafio Brasil é outro resultado importante desta parceria. Há cinco anos, esta iniciativa era apenas uma pesquisa promissora apontando que mosquitos infectados com a bactéria Wolbachia deixavam de transmitir a dengue. Com investimentos conjuntos de mais de XX milhões de reais, o projeto se transformou numa das estratégias mais inovadoras para controlar dengue e Zika e será implementado no Rio de Janeiro e em Niterói, numa área com mais de 3 milhões de pessoas. Até o final de 2018, os mosquitos com Wolbachia devem chegar também a Belo Horizonte (MG).
Avanços foram observados também em tuberculose, área em que houve pouquíssimos avanços tecnológicos nos últimos 50 anos. A cooperação entre a Fundação Gates e o Ministério da Saúde possibilitou a avaliação piloto de um Teste Rápido Molecular (TRM) para a tuberculose que foi implantado nacionalmente no Sistema Único de Saúde (SUS). Depois que o teste foi implementado no Rio de Janeiro, a taxa de cura da doença passou de 64% para 66% e o índice de abandono do tratamento caiu de 17% para 12%. Referência em combate à desnutrição, o Brasil sediou em agosto de 2016, às vésperas dos Jogos Olímpicos, o evento internacional Nutrition for Growth em parceria com o UK Department of International Development (DFID) e com o apoio da Fundação Gates. O objetivo foi marcar a urgência de se investir mais e melhor em intervenções e políticas destinadas a melhorar a nutrição em países em desenvolvimento.
A partir das pesquisas desenvolvidas, é possível extrair resultados e intervenções que podem ser usadas na realização de políticas públicas de saúde. Projetos como esse aproximam pesquisadores, financiadores e gestores numa articulação que pode reduzir o tempo entre o início da pesquisa e a utilização do conhecimento produzido.
A cooperação entre o Ministério e a Fundação Gates se desenvolve em quatro áreas estratégicas: Programa Grandes Desafios Brasil; desenvolvimento e produção de vacinas; saúde materno-infantil; e outras prioridades em saúde global.