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Enfrentamento Zika vírus

27/03/2018

MINISTÉRIO DA SAÚDE APRESENTA ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO DA ZIKA À OMS

 

Ações de pesquisas no âmbito da Renezika avançam para melhoria da saúde

 

O Ministério da Saúde apresentou ao Diretor Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, as principais ações desenvolvidas no âmbito da Rede Nacional de Especialistas em Zika e Doenças Correlatas (Renezika) e as estratégias adotadas pelo Brasil para enfrentar a emergência em Zika em reunião ocorrida em Brasília no mês de março.

 

O Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (Decit/SCTIE/MS), coordenador da rede, liderou a reunião, que contou com a participação do Ministro Ricardo Barros, corpo técnico do ministério e Organização Pan-Americana da Saúde OPAS/OMS. A rede de especialistas objetiva subsidiar o Ministério da Saúde com informações de pesquisas relacionadas ao vírus Zika e doenças correlatas no âmbito da vigilância, prevenção, controle, mobilização social, atenção à saúde e desenvolvimento científico e tecnológico.

 

As ações apresentadas estão em consonância com o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, criado em 2015 e que atua em três eixos: Mobilização e Combate ao Mosquito; Atendimento às Pessoas; e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa.

 

No campo da pesquisa, o investimento é de mais de R$ 260 milhões.  Para a diretora do Decit/SCTIE/MS, os avanços nas pesquisas foram importantes para que as estratégias pudessem determinar a assistência às crianças e família. “Fortalecer os estudos pioneiros em Zika no Brasil é importante para estabelecer estratégias de diagnóstico, vigilância, controle e assistência e garantir à população as melhores condições para o enfrentamento da epidemia” afirma Camile Giaretta Sachetti.  

 

Um consórcio com 22 estudos de coorte (tipo de estudo que observa a incidência de uma doença ou por uma situação clínica por um período de tempo) em Zika estão sendo financiadas em todas as regiões do país. O investimento de 23 milhões irá propiciar o compartilhamento de protocolos e instrumentos de pesquisa; a harmonização de instrumentos de pesquisa e variáveis permitindo a análise combinada dos diferentes estudos; o estabelecimento de planos e protocolos de análise que permitam a realização de metanálises; e o subsídio no processo de tomada de decisão sobre o enfrentamento à infecção pelo vírus Zika e suas consequências. “Esses estudos darão respostas às dúvidas que ainda existem e é necessário esse incremento para ampliar a mobilização de pesquisadores e aproximar os resultados aos gestores”, disse o coordenador da Renezika, Karlos Diogo de Melo Chalegre.  

 

A rede atua ainda nos estudos em arboviroses e na área da chikungunya. Estudos Multicêntricos, que irão descrever e avaliar a história natural e resposta terapêutica da chikungunya nas manifestações musculoesqueléticas agudas e crônicas em pacientes afetados, receberão o investimento de R$ 9,6 milhões e terão nove estados envolvidos (SP, RJ, AM, BA, CE, MS, PE, PR e RO). Ainda no mês de março, outras 70 pesquisas em andamento terão seus resultados parciais apresentados para áreas técnicas do ministério. Ao todo são R$ 65 milhões investidos e destes, R$ 20 milhões são do MS.

 

Outra ação em pesquisa é a construção de um modelo de implementação para a expansão do projeto “Eliminar a Dengue” para a região Nordeste, em especial a região metropolitana de Fortaleza. O projeto atua com a substituição do mosquito Aedes aegypti por outros Aedes aegypti inoculados com a bactéria Wolbachia, que têm capacidade reduzida de transmitir arboviroses como dengue, Zika e chikungunya.

 

O modo como o Brasil está lidando no combate ao Aedes aegypti despertou interesse internacional em investimentos e na formação de parcerias com instituições brasileiras de pesquisas. Na reunião, o pesquisador Pedro Vasconcelos do Instituto Evandro Chagas (IEC) de Belém/PA, apresentou o resultado dos estudos da vacina contra o Zika, realizado em parceria com a Universidade do Texas nos Estados Unidos. “Em menos de um ano, a abordagem da vacina foi definida para a utilização do vírus atenuado, baixa viremia, dosagem única, sem infecção no mosquito e tivemos uma resposta positiva. A vacina alcançou 100% de eficácia nos testes realizados”, explicou o pesquisador. A vacina agora será testada em seres humanos e a expectativa é que esteja disponível para a população em até três anos.

 

As pesquisas vêm gerando impacto na tomada de decisão, como por exemplo, na implementação de protocolos de atenção e vigilância relacionadas ao Zika, na implantação de serviços de reabilitação, na distribuição de larvicidas, ações educacionais, incorporação de medicamentos, avanços no diagnóstico com o uso de teste rápidos, mutirão de limpeza, mobilizações intersetoriais para ações de combate ao mosquito, entre outros. O ministro Ricardo Barros apontou o impacto das ações: “esse conjunto de ações imprime o compromisso do Brasil em dar respostas no campo da pesquisa, prevenção e assistência. O resultado pode ser visto na queda dos números da incidência das doenças”. A diminuição das doenças entre os anos de 2016 e 2017 foram: 92% em Zika; 83% dos casos de dengue; e 33% de pacientes com Chikungunya.

 

A avaliação do diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi positiva e afirmou que “é importante reconhecer o engajamento dos dirigentes dos países para avançar nas pesquisas em Zika.  A contribuição do Brasil  com essas ações coordenadas certamente são exemplo a ser seguido”.

 

Atualmente a Renezika conta com 210 membros, destes 189 são membros especialistas de todas as regiões, participam 21 instituições e possui três países parceiros: Canadá, EUA e Inglaterra.  A perspectiva é a ampliação de participantes para 330 membros em todos os estados. Além disso, é prevista a criação de um comitê permanente para monitoramento da Zika e doenças correlatas; um biobanco nacional e o fortalecimento do uso da Plataforma Integra – MS são ações planejadas para os próximos anos.

 

Saiba mais: http://renezika.org/portal/

 

Investimentos em Pesquisa

Ø  R$ 100 milhões para a última fase da vacina da dengue desenvolvida pelo Butantan

Ø  R$ 65 milhões para 70 pesquisas selecionadas por edital. Do total, R$ 20 milhões são do Saúde

Ø  R$ 22 milhões de investimento na ampliação da pesquisa da Wolbachia, R$ 12 milhões são da Saúde

Ø  R$ 6,5 milhões para o desenvolvimento de vacina contra Zika pelo Instituto Evandro Chagas

Ø  R$ 5,6 milhões para o desenvolvimento de vacina contra o vírus Zika pela Fiocruz

Ø  R$ 65 milhões de outras 23 pesquisas contratadas

 

Por Fabiana Costa, Decit/SCTIE/MS

Atendimento à Imprensa

(61) 3315 3580 / 2351 / 2745

 

Fotos:Erasmo Salomão/MS


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