ELSA-Brasil celebra dez anos de pesquisas no Rio Grande do Sul
O Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) comemora dez anos em 2018 com solenidades em seus centros de pesquisa em 6 estados brasileiros: Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. No dia 23/10, foi a vez de Porto Alegre reunir pesquisadores, instituições parceiras e participantes de pesquisa para celebrar.
A coordenadora Maria Inês Schmidt agradeceu a todos pela dedicação ao projeto e reforçou a importância das parcerias para o desenvolvimento do estudo. “A presença de nossos parceiros aqui mostra o quanto já investimos e pretendemos continuar investindo nessa pesquisa”, salientou.
Segundo a diretora do Decit/SCTIE/MS, Camile Giaretta Sachetti, “o ELSA-Brasil é muito importante para auxiliar a tomada de decisão em políticas públicas, especialmente com relação a doenças crônicas”.
A partir do ELSA-Brasil foram publicados 227 artigos científicos até julho de 2018, com foco em diversos fatores de saúde e doenças crônicas como determinantes sociais de saúde em relação a doenças mentais e enxaqueca, padrões alimentares e diabetes, hipertensão arterial, entre outros temas. 262 dissertações, teses de doutorado e projetos de pós-doutorado foram realizados ou estão em andamento no âmbito do ELSA-Brasil.
Alguns pesquisadores da equipe e participantes da pesquisa também contaram suas experiências durante o evento de comemoração. O reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rui Vicente Oppermann, é uma das mais de mil pessoas cuja saúde o estudo acompanha. “Nós precisamos pensar no futuro, porque quero comemorar os vinte anos do ELSA-Brasil. Participar do ELSA para mim faz parte de promover a saúde. Recebemos informações preciosas sobre saúde, e não apenas sobre doenças”, afirmou o reitor.
Os artigos científicos publicados e mais informações sobre o estudo estão disponíveis no site http://elsabrasil.org .
Alguns resultados importantes do ELSA-Brasil
Nesses dez anos de existência, o estudo já demonstrou que:
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As desigualdades socioeconômicas se refletem também na saúde; piores condições ao longo da vida levam a maiores índices de risco cardiovascular, alterações metabólicas e diabetes;
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A discriminação racial é uma fonte de estresse crônico que pode levar a piores condições de saúde renal e cardiovascular;
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A pouca percepção de segurança no local onde uma pessoa mora tem grande impacto na saúde mental;
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O consumo de bebidas com adoçantes artificiais pode levar ao desenvolvimento de diabetes em pessoas inicialmente saudáveis;
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O tabagismo promove uma inflamação sistêmica que pode levar ao aparecimento de diversas doenças crônicas além do câncer, mas é possível reverter este estado inflamatório 1 ano após parar de fumar;
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A prática de atividade física moderada ou intensa durante 30 minutos por dia é suficiente para melhorar os níveis de colesterol e proteger o sistema cardiovascular;
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A maior espessura das artérias carótidas está relacionada a enxaqueca, transtornos mentais e resistência à insulina.