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Especial 30 anos do SUS: Renezika

26/10/2018

Renezika tem papel fundamental no enfrentamento do Zika Vírus
Rede subsidia ações e políticas implantadas pelo Ministério da Saúde relacionadas ao vírus e doenças correlatas

 


Quando a epidemia do vírus Zika foi identificada no Brasil, no início de 2015, eram ainda desconhecidos os aspectos fisiopatológicos, clínicos e epidemiológicos da infecção. Os primeiros casos foram registrados no Nordeste, espalhando-se para as demais regiões do país. Em outubro desse mesmo ano, verificou-se também um aumento importante nos casos de microcefalia fetal, posteriormente associados à infecção pelo vírus Zika.

 

Diante da situação, o Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Portaria GM/MS nº 1.813/2015) e, no dia 5 de dezembro de 2015, lançou o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. Criado pelo Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (GEI-ESPII), o plano envolveu 19 órgãos e entidades, abrangendo três eixos de ações: Mobilização e Combate ao Mosquito; Atendimento às Pessoas; e Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa.

 

“No transcorrer da implementação das ações do Plano, ficou evidente a importância da integração dos esforços do Ministério da Saúde com especialistas e instituições de atuação relevante no enfrentamento da infecção pelo Zika. Surgiu, assim, a Rede Nacional de Especialistas em Zika e Doenças Correlatas – Renezika”, explica Diogo Chalegre, coordenador da Rede e integrante do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (DECIT/MS).

 

A Rede subsidia as ações e políticas implantadas pelo Ministério da Saúde no âmbito da vigilância, prevenção, controle, mobilização social, atenção à saúde e ao desenvolvimento científico e tecnológico e conta, atualmente, com mais de 200 membros, incluindo instituições. Segundo Diogo, o desenvolvimento de pesquisas foi um dos eixos fundamentais, pois pouco era sabido, até então, sobre a Síndrome Congênita do Zika, o que permitiu a atualização em tempo real de protocolos de saúde voltados para o problema.

 

INVESTIMENTO - Desde então, foram investidos, por meio do Governo Federal, mais de R$ 400 milhões em pesquisas nas três modalidades de fomento: nacional, descentralizado e contratações diretas. Também foram contratadas 70 pesquisas por meio da Chamada Pública nº 14 – “Prevenção e combate ao vírus Zika”, distribuídas em nove linhas de pesquisa: epidemiologia e vigilância em saúde; imunologia e virologia; fisiopatologia e clínica, controle de vetores, novas tecnologias diagnósticas, imunobiológicos, inovação em gestão de serviços, tecnologias sociais e inovação educacional e repelentes.  “Os resultados dessas pesquisas vêm contribuindo para a compreensão da história natural da doença e para a adoção de medidas adequadas para o acompanhamento da saúde da população”, diz a diretora do Decit, Camile Sachetti.

Entre os estudos em andamento está o coordenado pela pesquisadora Lucia Maria Costa Monteiro, do Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, no Rio de Janeiro, que buscou avaliar possíveis sequelas ao sistema urinário gerados pela infecção fetal do zika vírus. A equipe da professora realizou avaliações urológicas em 81 crianças com microcefalia associada à síndrome congênita do Zika e confirmou que a maioria tinha bexiga neurogênica, uma alteração no funcionamento da bexiga que cursava com infecção urinária, aumento da pressão intravesical e retenção de urina.

Segundo a pesquisadora, todos os pacientes com alterações neurológicas relacionadas a Síndrome Congênita do Zika precisam ter seu sistema urológico avaliado. “Com base nos resultados, queremos propor uma recomendação para assistir esses pacientes, potencializando o cuidado à saúde dessas crianças, ajudando a reduzir a morbidade, prevenindo a insuficiência renal e mitigando o impacto social negativo da doença”, explica Lucia Costa Monteiro. Os resultados preliminares da pesquisa já foram publicados (https://doi.org/10.1371/journal.pone.0193514).

A Renezika também promove encontros periódicos para a discussão de questões prioritárias. “As discussões não se restringem à Zika e seus impactos na saúde da população. A Rede vem discutindo outras arboviroses de importância no contexto do Brasil, como Dengue e Chikungunya e seus impactos, além da estruturação de um Consórcio de Coortes”, explica Diogo Chalegre.

A estruturação do Consórcio de Coortes de Zika tem o objetivo de fortalecer a articulação entre pesquisadores e instituições envolvidas e potencializar os resultados por meio do compartilhamento de dados e discussão oportuna dos achados. Dessa forma, academia e gestão se unem para possibilitar a qualificação da resposta e atenção à saúde da população afetada.

 

SEMINÁRIO - Entre os dias 6 e 8 de novembro, mês em que completará 3 anos da declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional em decorrência do aumento dos casos de microcefalia, os Ministérios da Saúde, da Educação e da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações realizarão o 2º Seminário de Avaliação Parcial. Durante o evento, serão apresentados o andamento de 70 pesquisas que foram contratadas por meio de uma chamada pública lançada em 2016. O investimento soma, aproximadamente, R$ 65 milhões, dos quais R$ 20 milhões são do Decit/MS. As apresentações ocorrerão nas dependências da CAPES/MEC.  

Para saber mais sobre a Renezika, acesse www.renezika.org.portal

Núcleo de Comunicação - Decit/SCTIE/MS


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